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Financiamento de veículo não pago: Quais são as consequências?

Consequências do não pagamento do financiamento de veículo, incluindo a possibilidade de perda do bem, inclusão no SPC/Serasa e ações judiciais.

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O financiamento de veículo é uma das formas mais comuns de aquisição de automóveis no Brasil, permitindo que muitas pessoas tenham acesso a um carro mesmo sem dispor do valor integral para a compra. No entanto, quando o pagamento das parcelas deixa de ser feito, as consequências podem ser graves e afetam tanto a vida financeira do devedor quanto a sua credibilidade no mercado.

Veremos as principais consequências de não pagar o financiamento de veículo, desde os impactos no crédito pessoal até a perda do carro e possíveis ações judiciais.

O que acontece ao atrasar as parcelas do financiamento?

Ao adquirir um veículo por meio de financiamento, o comprador e a instituição financeira firmam um contrato, onde o banco ou financeira concede o crédito e o veículo, em geral, fica alienado ao credor. Isso significa que, até a quitação total da dívida, o carro é dado como garantia de pagamento.

Quando as parcelas do financiamento começam a atrasar, o primeiro impacto é na cobrança de juros e multas, conforme estabelecido no contrato. No entanto, o atraso no pagamento não para por aí: o descontrole sobre as parcelas pode levar a consequências mais sérias, que afetam a vida financeira e até resultam na perda do veículo.

1. Juros e multas por atraso

Ao não pagar uma ou mais parcelas do financiamento, a instituição financeira tem o direito de aplicar juros de mora e multas contratuais. Esses encargos variam conforme o contrato e a instituição, mas normalmente os juros por atraso ficam em torno de 1% ao mês, somados a uma multa que pode chegar a 2% do valor da parcela.

Além dos juros e da multa, o valor das parcelas pode aumentar consideravelmente com o acúmulo de atrasos, dificultando ainda mais a regularização da dívida.

2. Inscrição nos órgãos de proteção ao crédito

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Se as parcelas continuarem sem pagamento após os primeiros 30 dias de atraso, o devedor pode ser inscrito nos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa. Esse registro gera restrições que afetam o crédito pessoal, dificultando a contratação de novos financiamentos, empréstimos, abertura de contas e até compras a prazo em estabelecimentos comerciais.

A inscrição em órgãos de proteção ao crédito é um dos primeiros sinais de que o financiamento não está sendo pago, e pode impactar negativamente o nome do devedor por anos, mesmo que a dívida seja quitada posteriormente.

3. Ação de busca e apreensão do veículo

Uma das consequências mais graves de não pagar o financiamento de veículo é a busca e apreensão do bem. No contrato de financiamento, o carro normalmente fica alienado à instituição financeira, funcionando como garantia da dívida. Isso significa que, caso o financiamento não seja quitado, a financeira pode acionar a Justiça para reaver o veículo.

A ação de busca e apreensão é movida judicialmente e permite que o credor recupere o veículo. Após o primeiro atraso, a financeira pode enviar uma notificação ao devedor e, se a dívida não for regularizada, pode solicitar a apreensão do bem. Uma vez apreendido, o carro pode ser leiloado para cobrir o saldo devedor, e o devedor pode ficar sem o veículo e ainda com uma dívida pendente, caso o valor arrecadado no leilão seja inferior ao saldo do financiamento.

4. Leilão do veículo e saldo devedor

Depois que o carro é apreendido, ele pode ser vendido em um leilão organizado pela instituição financeira ou por empresas especializadas. No entanto, em muitos casos, o valor obtido com a venda no leilão não é suficiente para quitar a dívida do financiamento.

Se o montante arrecadado for menor do que o saldo devedor, o comprador ainda poderá ser cobrado pelo valor restante. Essa cobrança pode ser feita de forma amigável ou judicialmente, o que pode resultar em outras ações legais, como bloqueio de bens ou penhora de salários.

5. Impacto no score de crédito

O score de crédito é uma pontuação utilizada pelas instituições financeiras para avaliar o risco de inadimplência de uma pessoa. Quando um financiamento de veículo deixa de ser pago e o devedor é inscrito nos órgãos de proteção ao crédito, o score de crédito tende a cair significativamente.

Uma baixa pontuação no score de crédito pode prejudicar o acesso a novos financiamentos, cartões de crédito e até oportunidades de negócios. Além disso, o devedor poderá enfrentar dificuldades para renegociar a dívida ou obter novas linhas de crédito com taxas de juros favoráveis.

6. Ações judiciais e bloqueio de bens

Se a dívida não for quitada e o valor da venda do veículo não cobrir o total do saldo devedor, a instituição financeira pode entrar com uma ação judicial para cobrar o restante da dívida. Nesse caso, além do risco de bloqueio de bens, o devedor pode ter penhora de salários, bloqueio de contas bancárias ou restrições mais severas.

Os processos judiciais podem se estender por longos períodos e gerar ainda mais encargos, como custos advocatícios e outras taxas legais.

O que fazer ao não conseguir pagar o financiamento?

Se você enfrenta dificuldades para pagar o financiamento de veículo, é essencial agir rapidamente para evitar que a dívida cresça e as consequências sejam ainda mais prejudiciais.

1. Renegociar a dívida

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A primeira ação que deve ser considerada é entrar em contato com a instituição financeira e tentar renegociar o financiamento. Em muitos casos, os bancos e financeiras oferecem soluções que permitem alongar o prazo de pagamento, reduzir o valor das parcelas ou mesmo conceder algum período de carência para que o devedor possa reorganizar suas finanças.

Renegociar a dívida pode evitar a inscrição nos órgãos de proteção ao crédito e a apreensão do veículo.

2. Refinanciamento do veículo

Outra alternativa é solicitar o refinanciamento do veículo. Nesse tipo de operação, o automóvel pode ser oferecido como garantia de um novo empréstimo, que poderá ser utilizado para quitar as parcelas atrasadas. O refinanciamento tende a ter condições mais flexíveis e pode ser uma solução para quem deseja manter o carro e ajustar as parcelas ao seu orçamento.

3. Vender o veículo

Em alguns casos, a melhor saída pode ser a venda do veículo. Ao vender o carro por um valor superior ao saldo devedor, é possível quitar a dívida e evitar as consequências negativas do não pagamento. Essa pode ser uma solução especialmente útil se o veículo já tiver uma parte significativa do financiamento paga, permitindo que o valor de venda cubra o restante da dívida.

4. Avaliar a viabilidade do financiamento

Antes de contratar um financiamento, é importante avaliar se as parcelas cabem no orçamento de forma sustentável. Isso evita o risco de inadimplência e as complicações que podem surgir ao longo do pagamento. Além disso, é fundamental considerar fatores como despesas com manutenção, seguro e impostos do veículo, que também impactam o orçamento.

Deixar de pagar o financiamento de um veículo pode acarretar sérias consequências, que vão desde o acúmulo de juros e multas até a perda do carro e complicações judiciais. Para evitar esses problemas, é fundamental agir de forma rápida, buscando alternativas como a renegociação da dívida, o refinanciamento ou a venda do veículo.

Manter um bom planejamento financeiro e estar atento às condições do contrato de financiamento são práticas essenciais para evitar a inadimplência e seus impactos negativos na vida financeira.

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Autor

Diogo Antunes

Redator

Foco em fornecer informações financeiras precisas e acessíveis que ajudem os leitores a tomar decisões informadas. Estou comprometido em manter a qualidade e a integridade de todos os conteúdos publicados.